Aula expositiva dialogada sobre a União Europeia.
Aspecto do quadro da aula. |
Para recompor o que foi estudado, aconselha-se a leitura dos textos, quadro, mapas e ilustrações, abaixo, retiradas de "VESENTINI, J. W.. Teláris Geografia, 9º ano: ensino fundamental, São Paulo: Ática, 2018, p. 33-38", bem como, a leitura e observação da "linha do tempo", com as etapas da implementação da União Europeia, clicando, :::AQUI:::.
O PROJETO DE UNIFICAÇÃO EUROPEIA
No final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e sua reconstrução só foi possível, em grande parte, gracas ao Plano Marshall, uma iniciativa estadunidense, que disponibilizou capitais para a reconstrução do continente. Nessa época, em que vigorava a rivalidade entre os países capitalistas e socialistas, a hegemonia dos Estados Unidos no mundo capitalista tornou-se indiscutível. Nesse contexto, o Projeto de unificação europeia avançou, pois os países da Europa ocidental buscavam estratégias para se fortalecer e obter autonomia em relação aos Estados Unidos. Esse projeto também foi resultado da percepção de que cada país europeu sozinho não teria mais condições, como eles tiveram durante séculos, de ser grande potência no cenário internacional.
É preciso ressaltar que, nesse processo, foi necessário aos países europeus criar mecanismos de integração para atenuar ou eliminar rivalidades históricas e evitar novas guerras e conflitos. Essa estratégia foi bem-sucedida, pois o único conflito de grandes proporções no continente foi o da ex-Iugoslávia (que não pertencia a União Europeia), que eclodiu nos anos 1990.
Observe, no quadro ao lado, os dados estatísticos atuais da Unido Europeia. Em seguida, acompanhe o infográfico apresentado nas paginas 34 e 35 para entender melhor o projeto de unificação.
A área total ocupada pela União Europeia é de 4 385839 km² — o que equivale a pouco mais da metade do território brasileiro —; em 2017, sua população total era de 511,8 milhões. O maior país em extensão territorial é a Franca, com uma área pouco menor do que o estado da Bahia. O menor pais, Malta, tem uma área inferior a maioria dos municípios brasileiros e apenas 430 mil habitantes. O país mais populoso é a Alemanha, com quase 83 milhões de habitantes.
Em 2017, o valor da economia do bloco, medido pela soma do PIB dos países, era de 17,2 trilhões de dólares, inferior, portanto, ao valor do PIB dos Estados Unidos nesse mesmo ano (19,3 trilhões). A produção econômica total do bloco já foi maior do que a estadunidense, mas, na segunda década deste século, ocorreram crises e quedas do PIB em vários países da Unido Europeia, ao passo que a economia dos Estados Unidos voltou a crescer em ritmo maior do que a média do continente europeu. Essa diferença tende a ficar ainda maior com a progressiva saída do Reino Unido, a segunda maior economia do bloco. A renda per capita dos países varia muito, é maior em Luxemburgo e menor na Bulgária, mas a renda média da população era de 33,7 mil dólares em 2017.
Outro dado estatístico que merece destaque é o índice de analfabetismo: quase não há analfabetos entre a população com 15 anos ou mais, com exceção de Portugal, onde o índice chegou a 5% em 2016, Grécia, Bulgária e Espanha (de 2% a 3%, em 2018), As taxas de pobreza absoluta nos países do bloco, ou seja, populações que vivem abaixo da linha internacional da pobreza, com menos de 2 dólares por dia, também são baixas. Contudo, em razão do número de refugiados e imigrantes que têm entrado na Europa neste século - cerca de 1 milhão por ano -, formaram-se bolsões de pobreza nos arredores de grandes cidades e, em especial, nos países mais pobres ou em crise, como Grécia, Espanha, Romênia e Bulgária. Também as taxas de desemprego, que subiram após a crise iniciada em 2008, vêm declinando nos últimos anos: a mais elevada, da Grécia, era de 27.4% em 2013 e 21,4% em 2017; depois vem a Espanha, com 26% e 17% nesses mesmos anos; nos demais países elas geralmente estavam abaixo dos 10% ou até dos S% em 2017.
Ao observar o quadro acima, é possível verificar que alguns países europeus ocidentais com elevadíssimo padrão de vida até agora não se interessaram em ingressar no bloco: a Suíça (que tem a segunda maior renda per capita do mundo), a Noruega e a Islândia (terceira e sexta maiores rendas, respectivamente), além de alguns pequenos Estados com área e população extremamente reduzidas — Andorra, Vaticano, Mônaco, Liechtenstein e San Marino. No entanto, todos eles são países bastante integrados na Europa e têm como parceiros comerciais prioritários os membros do bloco.
O EURO, A MOEDA EUROPEIA
Em fevereiro de 1992, os países-membros do então MCE assinaram em Maastricht, Países Baixos, um tratado que leva o nome dessa cidade, com o objetivo de reforçar a integração europeia por meio da união monetária (moeda Unica) e de um futuro sistema único de defesa.
O sistema único de defesa ainda caminha a passos lentos, mas a moeda unificada — 0 euro — foi adotada, inicialmente, por doze países da Unido Europeia: Alemanha, Franca, Itália, Irlanda, Portugal, Finlândia, Áustria, Países Baixos, Luxemburgo, Bélgica, Espanha e Grécia. Posteriormente, outros países ingressaram na chamada Zona do Euro (conjunto de países que adota a moeda), como se observa no mapa abaixo.
As notas de euro entraram em circulação a partir de 2002 e as antigas moedas nacionais dos países componentes do bloco (0 franco francês, o marco alemão, a lira italiana, etc.) passaram a ser substituídas. Além dos países que compõem a Zona do Euro, outras nações, mesmo não pertencentes a Unido Europeia, acabaram adotando essa moeda, como Andorra, Vaticano, Mônaco, San Marino, Montenegro e outros.
Um fato que chama a atenção ao comparar os membros da União Europeia com os da Zona do Euro é que alguns países importantes ficaram de fora, ou seja, não quiseram abrir mão de suas moedas nacionais. Esses países do bloco que não adotaram o euro e conservam as próprias moedas são o Reino Unido (com sua valorizada libra esterlina), a Dinamarca (cuja moeda é a coroa) e a Suécia (coroa sueca), que sinaliza a intenção de adotá-la futuramente.
Quando o euro foi lançado, seu valor era igual ao do dólar estadunidense, mas, com o tempo, a moeda valorizou: no final de 2011, um euro equivalia a 1,40 dólar. Com a crise na Zona do Euro e a recuperação da economia estadunidense, essa diferença foi diminuindo. No final de 2017, um euro equivalia a 1,18 dólar. Essa valorização relativa do euro é positiva porque uma moeda forte, valorizada e bem-aceita internacionalmente pode concorrer com o dólar como divisa, isto é, a moeda que os países reservam para pagar dividas, além de ser considerada um refúgio seguro nas crises, Muitos países, a começar pela China (que possui o maior montante do mundo em reservas de moedas estrangeiras, principalmente dólar), já estão fazendo parte das reservas em euro, o que aumenta ainda mais a confiança internacional nessa moeda. Essa valorização, porém, tem seu lado negativo porque dificulta as exportações, já que comprar produtos em euro sai caro para os demais países, principalmente para aqueles com moedas desvalorizadas. Por outro lado, as importagções são facilitadas, pois uma moeda forte compra mais produtos estrangeiros. Esse fato ja provocou deficit na balanga comercial de vários países europeus, quando o valor das exportações é menor que o das importações. Os deficit de alguns países europeus contribuíram (embora esse não tenha sido o nico fator) para que ficassem endividados e sofressem a crise econômica iniciada em 2008.
FONTE: VESENTINI, J. W.. Teláris Geografia, 9º ano: ensino fundamental, São Paulo: Ática, 2018, p. 33-38. Disponível em: <https://api.plurall.net/media_viewer/documents/2597767>. Acesso em 06 de jun., 2023.
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